Nova cirurgia de hemorroidas: menos invasiva, sem cortes e sem dor.

Nova cirurgia de hemorroidas: menos invasiva, sem cortes e sem dor.

Grande parte das pessoas com queixas de hemorroidas não procuram o médico. A explicação? Vergonha, medo, falta de informação…

Apesar do extremo incômodo, a maioria evita o quanto pode a intervenção cirúrgica, quando indicada pelo médico. Parte disso se deve ao temido pós-operatório, um dos mais doloridos!

No entanto, uma nova cirurgia, disponível em países da Europa e agora no Brasil, promete acabar com o problema. O procedimento é realizado sem cortes, sem dor e com rápida recuperação.

 

Entenda a cirurgia

Chamada de THD (Dearterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler), a técnica é relativamente simples.

Com o paciente anestesiado (peridural), o cirurgião insere um anuscópio (equipamento para visualizar o canal retal) com um ultrassom (doppler) na ponta.

O aparelho mede o fluxo sanguíneo pelo som. Identificado o “pulso”, é acionada uma agulha que fica no aparelho. A veia é então costurada, reduzindo o fluxo que alimenta a hemorroida. Sem sangue, ela murcha, diminuindo muito de tamanho.

O tecido que sobra também é costurado no lado interno do reto. De acordo com Sidney Klajner, proctologista e cirurgião do Hospital Albert Einstein, que introduziu a técnica no Brasil, é feita uma espécie de “lifting” da mucosa para que ela suba em direção ao reto. O procedimento é o mesmo de quando a pálpebra está caída, por exemplo.

A Anvisa –  Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou a cirurgia em junho. Desde então foram feitas 16 operações em São Paulo e em Porto Alegre.

 

Sem dor

Segundo o especialista, o paciente não sente dor, nem durante, nem depois do procedimento. “É dor zero desde o primeiro dia. Tenho pacientes que voltaram a trabalhar no dia seguinte”, ressalta Klajner.

Ele diz que, por precaução, tem feito o procedimento com anestesia peridural, mas que, na Itália, os médicos fazem só com uma sedação.

Na técnica convencional, o problema é que a cicatrização total, leva em média um mês, período em que a pessoa costuma sentir muita dor.

 

Porém…

Entre os especialistas, porém, não há consenso sobre os benefícios.

Na avaliação da proctologista Margareth Fernandes, do Hospital do Servidor Estadual, a THD tem limitações e não é indicada quando há prolapso (quando as hemorroidas saem para fora do canal retal).

Ainda que haja fixação desse tecido por meio de pontos durante o procedimento, ela não acredita que isso resolva o problema. “Os pontos não garantem a sustentação das fibras elásticas”, diz a médica.

Segundo Fernandes, a melhor técnica cirúrgica continua sendo a convencional (hemorroidectomia), que consiste em cortar a hemorroida desde o ponto onde ela nasce. “Esse procedimento se aplica a todo tipo de hemorroidas e é o mais efetivo, com menor taxa de recidiva”, explica.

Klajner concorda que o “padrão ouro” de tratamento continua sendo a hemorroidectomia, mas acredita que a nova técnica tenha resultados muito semelhantes, sem o ônus da dor e das complicações pós-cirúrgicas.

 

Tentativas

Não é de hoje que a medicina tenta encontrar meios menos invasivos para tratar as hemorroidas.

Entre as técnicas, já foram testadas, por exemplo, a crioterapia (aplicação de nitrogênio líquido para causar a necrose da hemorroida), a fotocoagulação (aplicação de raios infravermelhos na mucosa e na submucosa retal) e o laser.

 

Mas afinal, o que são hemorroidas?

As hemorroidas são veias ao redor do ânus ou do reto que se inflamam ou dilatam. Elas podem ser externas ou internas.

Quando externas, assemelham-se às varizes ou a pelotas de sangue e são visíveis na borda do ânus. Quando internas, localizam-se acima do esfíncter anal e causam sintomas mais agudos.

Podem causar a doença: predisposição genética, prisão de ventre, dificuldades para evacuar, esforço físico excessivo, obesidade, gravidez (em virtude da pressão que o bebê exerce sobre as veias da parte inferior do abdome), sedentarismo, sexo anal e dietas pobres em fibras e com pequena ingestão de líquidos.

Em geral, nos graus iniciais, o tratamento das hemorroidas é clínico, à base de pomadas anestésicas, reguladores intestinais e orientação para mudança de hábitos alimentares. Nos graus mais avançados, especialmente quando as hemorroidas saem para fora do canal retal (prolapso), a indicação é quase sempre cirúrgica.

Entre os sintomas, coceira, sangramento, dor ou ardor durante ou após a evacuação e saliência palpável no ânus.

*Com informações da FSP e site Dr. Dráuzio Varella.

Publicado em 21 de outubro de 20120 em Blog da Saúde.

 

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